segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Traço desenhos à beira d’água. O pé na antiga areia dourada. Espero a barca, espero a barca. O sol se põe. Tudo é tinto de roxo e sol. Uma mão amiga se estende. Eu agradeço, não esperava, mesmo a água estando morna. Eu temo o que me aguarda do outro lado. Talvez eu não saiba passar. Não existem brumas. Não há indicações. Sigo os sinais. Sigo para ver o que há de vir. O que há depois. Não sei se faz sentido, nem sei como termina. 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Hoje estou vestida de um sol se pondo. No meu um olho se estende um horizonte vasto. No meu corpo se abre um rio. Eu sopro o vento e arrasto as areias.
Eu pensei que eu tinha devolvido
A pedra do seu coração
Mas você saiu voando mesmo assim

Eu pensei que tinha devolvido
Mas hoje eu senti um peso
Ou será que é apenas o lugar vazio da pedra
Um vazio que pesa

Só para lidar com o que me queima
Só para lhe dar
Firo a pedra com o fogo
Só para fixar essa teima
Estiar
Soprando areia e ouro
Desenhando redemoinhos de poeira
Eu sinto a pena atravessando a veia